segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O poder !

A intenção é o mais importante: para os antigos feiticeiros do México, a intenção (intento) é uma força que intervém em todos os aspectos do tempo e do espaço.

Para poder utilizar e manipular esta força precisavam ter um comportamento impecável.

A meta final de um guerreiro é poder levantar a cabeça além do sulco onde está confinado, olhar ao redor, e modificar o que deseja. Para isso, necessita disciplina e atenção total.

A irritação é desnecessária: irritar-se com os outros significa dar a eles o poder de interferir em nossas vidas. É imperativo deixar este sentimento de lado. Os atos alheios não podem de maneira nenhuma nos desviar de nossa única alternativa na vida: o encontro com o infinito.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O cientista e o visionário

Os dois são a mesma pessoa: Albert Einstein, capaz de enxergar muito além do seu tempo, desenvolveu uma teoria que revolucionou o mundo e o pensamento filosófico.

Por outro lado, era alguém que, mesmo sabendo que a maior parte dos fenômenos físicos pode ser explicada, entendeu que não podia compreender tudo. Deixou seu coração e sua mente abertos, reverenciando também as coisas que não podia colocar em equações matemáticas. Einstein não era um homem religioso no sentido tradicional, mas tinha um profundo respeito pela vida e pelo ser humano.

No mundo de hoje, quando as pessoas têm explicações para tudo e ridicularizam qualquer tema que não se enquadre dentro do pequeno universo que criaram, vale a pena relembrar algumas das palavras do maior e mais importante cientista do século XX:

Nada acontece por acaso: “Deus não joga dados com o Universo”.

Os medíocres são sempre críticos: “Os espíritos generosos, porque buscam um caminho diferente e usam com coragem e honestidade a inteligência, sempre encontraram uma oposição violenta das mentes medíocres. Mas, a imaginação é mais importante que a cultura, porque o homem que é apenas culto termina cheio de limites, enquanto a imaginação pode dar a volta ao mundo”.

“O sentimento mais importante e mais belo que o homem pode experimentar, é o seu respeito ao mistério; ele é a fonte de toda a arte e ciência. Quem não pode contemplar (o mundo) com espanto, está com seus olhos fechados”.

Ciência e religião: “Eu afirmo que a religiosidade cósmica é a mais forte e a mais poderosa de todas as ferramentas de pesquisa científica. Ciência sem religião é incompleta. A religião sem ciência é cega. Todas as religiões, artes, ou ciências, são frutos da mesma árvore, cuja única aspiração é fazer a vida do homem mais digna: ou seja, permitir que o indivíduo se eleve além da simples existência física, e seja livre”.

“Se as leis da matemática querem ser à base da realidade, então elas não podem ser fixas. Se as leis da matemática são fixas, então elas não têm base na realidade. Se eu soubesse exatamente onde quero chegar, não poderia chamar isso de “pesquisa”, não é verdade?”

Dos constantes enganos a respeito da ciência: “O estudo científico não é nada mais do que um refinamento do que pensamos todos os dias”.

A intuição: “Não podemos permitir que a lógica seja nossa deusa: ela tem músculos poderosos, mas, lhe falta personalidade. A mente intuitiva é um presente sagrado, e a lógica é uma serva fiel; infelizmente nós criamos uma sociedade que honra a serva fiel, e esquecemos o presente sagrado”.

Sobre sua maior descoberta (usando o bom humor): Às vezes fico pensando como é que cheguei à teoria da relatividade: acho que uma pessoa normal nunca pára de pensar em termos de espaço e tempo, mas, como o meu desenvolvimento intelectual foi lento, retardado, terminei pensando em tempo e espaço apenas quando já era quase adulto.

Como poderia explicar minha teoria de maneira mais simples? Coloque sua mão em uma placa quente por um minuto, e isso vai lhe parecer uma hora.
Sente-se ao lado de uma linda moça por uma hora, e isso vai lhe parecer um minuto – eis a teoria da relatividade”.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Do mestre Gil - A magia

Pela lente do amor
Uma grande angular
Vejo ao lado, acima e atrás
Pela lente do amor
Sou capaz de enxergar
Toda moça em todo rapaz

Pela lente do amor
Vejo tudo crescer
Vejo a vida mil vezes melhor
Pela lente do amor
Até vejo você
Numa estrela da Ursa Maior

Abrir o ângulo, fechar o foco sobre a vida
Transcender, pela lente do amor
Sair do cético, encontrar um beco sem saída
Transcender, pela lente do amor
Do amor

Pela lente do amor
Pela lente do amor

Pela lente do amor
Sou capaz de entender
Os detalhes da alma de alguém
Pela lente do amor
Vejo a flor me dizer
Que ainda posso enxergar mais além

Pela lente do amor
Vejo a cor do prazer
Vejo a dor com a cara que tem
Pela lente do amor
Vejo o barco correr
Pelas águas do mal e do bem

Mostrar ao médico, encarar, curar sua ferida
Transcender, pela lente do amor
Cantar o mântrico, pagar o cármico na lida
Transcender, pela lente do amor
Do amor

Pela lente do amor
Pela lente do amor

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Macacos intelectuais

A inteligência do cachorro encanta os que com ele convivem; a dos macacos, então, nem se fala. Babuínos estabelecem hierarquias de comando e organizam estruturas sociais bastante complexas. Chimpanzés, gorilas e orangotangos vivem em comunidades com traços culturais tão singulares, que os primatologistas identificam a origem geográfica de determinado indivíduo, com base no uso de ferramentas para quebrar cascas de frutos ou na preparação de gravetos para caçar cupins nos ocos das árvores.

A partir dos estudos com primatas não-humanos, publicados nos anos 1960, a defesa dogmática de que a inteligência seria dom exclusivo do Homo sapiens tornou-se insustentável.

Entender a inteligência de que tanto nos orgulhamos como resultado de milhões de anos de seleção natural obedece à lógica evolutiva, visto que a evolução não cria características especiais para favorecer ou prejudicar qualquer espécie. Como atestam os dinossauros, a natureza é madrasta impiedosa.

De onde emergiu a consciência humana?

A resposta é bem simples: da consciência dos animais. Não há justificativa para considerá-la propriedade exclusiva da espécie humana, respondeu Ernst Mayr, o biólogo mais influente do século passado.

Aceita essa premissa, na última década, o foco da primatologia se deslocou para o estudo das características únicas dos seres humanos. Afinal, não se tem notícia de outros animais que componham sinfonias ou resolvam equações do segundo grau.

Uma conferência realizada há três meses na Alemanha reuniu cientistas interessados nesse tema. Para alguns, nossa capacidade de trocar a recompensa imediata por outra futura (sem a qual sequer iríamos à escola) é que nos diferencia de animais mais impulsivos. Outros argumentam que a paciência necessária para aguardar resultados mais promissores também tem raízes evolutivas, e que em certas situações experimentais somos mais imediatistas do que os chimpanzés.

Embora chimpanzés possam dar manifestações incontestáveis de paciência para aguardar resultados de suas ações, entre eles falta uma característica tipicamente humana: o altruísmo desinteressado. Há evidências claras da existência de comportamentos cooperativos e de altruísmo em outras espécies, mas eles estão sempre associados a interesses de reciprocidade. O verdadeiro altruísmo parece exigir níveis elevados de cognição que envolvem a capacidade de decifrar o estado mental do outro (a teoria da mente).

A generosidade para compartilhar alimentos com estranhos, cuidar de filhos alheios e ir à guerra em defesa de ideais abstratos resulta de processos adaptativos independentes, combinados pelos seres humanos de forma absolutamente original.

Todos os pesquisadores concordam que a habilidade para criar culturas complexas é característica unicamente nossa. Enquanto os demais primatas têm dificuldade de aprender com seus semelhantes, nós somos imitadores tão hábeis que os conhecimentos adquiridos por uma geração são transmitidos de pai para filho.

No entanto, a criatividade humana é fenômeno relativamente moderno. Durante milênios, a incapacidade de inovar manteve os hominídeos num pântano intelectual bem próximo dos demais primatas. Os museus mostram que as formas de machados, lanças, flechas e utensílios domésticos permaneceram imutáveis por centenas de milhares de anos, em diversas populações.

Como explicar que uma espécie de primatas nascida há 5 milhões de anos, apenas nos últimos 50 mil anos tenha aprendido a desenhar em cavernas, criado rituais para enterrar os mortos, a agricultura e as inovações tecnológicas que levaram o homem à lua?

Que processos adaptativos possibilitaram esse salto evolutivo que nos tirou do estágio pré-simbólico, abrindo as portas para o universo de símbolos característico das culturas contemporâneas?

Segundo o neurologista Daniele Riva, o substrato neurobiológico que precedeu esse salto é desconhecido. O domínio do instrumental simbólico foi mediado pela linguagem, responsável pela reorganização da mente, da consciência e do mundo social, fenômenos a partir dos quais emergiram valores culturais diversificados e inovadores.

Tais mecanismos adaptativos poderiam repetir-se com outros primatas? Surgirão macacos cultos como nós? Teoricamente, é possível; desde que haja tempo suficiente e o Homo sapiens seja extinto. Enquanto andarmos por aqui, eles não terão a menor chance.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Verdadeira obediência

Abu Muhammad al-Jurayry costumava dizer: “a religião possui dez tesouros, que nos enriquecem. São cinco interiores e cinco exteriores. Todos aqueles que seguem o caminho espiritual devem estar conscientes disso.”

“Eis os tesouros interiores: capacidade de ser verdadeiro, despreocupação com os nossos bens, humildade na aparência, equilíbrio para evitar dificuldades com os outros e força para suportar nossa adversidade.”

“Eis os tesouros exteriores: descobrir um Amor supremo, despertar o desejo de estar junto a esse Amor, ter inteligência para ver as próprias faltas, abrir a consciência da vida e ser grato pelas bênçãos.”

terça-feira, 4 de maio de 2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O Trio

:: Saul Brandalise Jr. ::

A maioria de nós crê piamente que somos o que uma forte energia determina que iremos nos tornar. Que exista um super ser, forte mesmo, que tudo coordena e tudo determina, cujo final sou eu, você, as galáxias, o Universo, enfim, tudo e todos que nos cercam.
O Telescópio Hubble há 20 anos está nos ajudando a perceber que esta crença é tão forte quanto a estória da Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho ou o Lobo Mau. Mesmo sem a sábia interferência das imagens do Hubble, já acho que todos nós somos o que pensamos ser; portanto, uma pequena, mas forte partícula deste imenso Universo. Uma essência em estado de aprendizado e em processo de evolução.
Afirmo que somos hoje o que pensamos, fizemos até ontem ou até um segundo atrás. Seremos amanhã o que admitimos ser agora.
Nunca vi uma pessoa, que afirma que tudo à sua volta está ruim, se tornar um ser humano vitorioso. Jamais conheci alguém que só pede, nada faz e assim consegue alcançar seus objetivos. A vida é luta. A vida é acumulo de sabedoria pelos nossos acertos e falhas. Evito escrever erro porque erro é falha repetida.
Portanto, creio piamente que o primeiro grande segredo de um TRIO de energias que regulam a nossa vida, é que somos produto de nossos valores. O que creio ser, sou. O que admito ser, serei.
Desta forma, é com os valores que permito serem adequados para a minha vida que eu produzo os meus pensamentos.
Isso posto creio que meu trio começa com os meus valores e na sequência estes geram os meus pensamentos.

Acredite, é verdadeira a frase: Pensamento cria a realidade.
Desta forma o segundo personagem do meu trio é representado pelos meus pensamentos. Saber pensar faz toda a diferença. Posso começar um plano de eliminação de prejuízo ou igualmente iniciar uma vitoriosa ação de melhoria de resultados. Redução de custos ou aumento de produtividade. Pensar positivo é o segredo.
Sei, mas sei muito bem, que eu sou a energia que produzo, portanto, se quero começar uma nova ação com energia negativa é só iniciar um plano para estancar gastos. Criar novas oportunidades é o caminho. Desta maneira, como penso, sempre depende de meus valores, mas também da forma como eu acredito ser verdadeira a minha vida.
É com a coragem de ser diferente que eu começo a minha vitória, mas posso ficar estacionado com o conforto do medo.
Está cada vez mais evidente, para mim, que sou fruto dos meus valores, consequentemente, do que penso que sou, que posso realizar e ainda das palavras que verbalizo.

Assim, o terceiro personagem do meu trio são as minhas palavras, que rapidamente se confundem com as minhas atitudes. É nas palavras que eu dou vida aos meus valores e aos meus pensamentos.
Este é o meu TRIO. É com ele que construo a minha vida de aprendizado nesta encarnação.
Assim é fundamental que eu pense seriamente naquilo que acredito ser verdadeiro para minha existência. Meus valores precisam ser questionados sempre, para que eu possa ter certeza que me servem e que me ajudam a compreender o incompreensível. Não é seguindo os outros que encontrarei o meu caminho. Se me perder deles não saberei mais o caminho a tomar.
Com o que creio, construo os meus pensamentos. Se as colheitas estão inadequadas, preciso ficar atento a este ponto. Mudar valores significa, efetivamente, mudar de vida. Não resolve trocar de cidade se levo comigo a minha forma de ser. Mudar de cidade é mudar de ambiente, mas só com isso não existe troca de valores.
Portanto, saber pensar é consequência do que admito ser correto para uma vida. Logo na sequência preciso ficar atento para a maneira como verbalizo os meus pensamentos. Este ato precisa, carece e deve contemplar equilíbrio.
Depois que criei o hábito de meditar, descobri que tomei as minhas piores decisões quando estava irritado ou apaixonado. Os extremos são maléficos. Decidir sempre com calma e no centro, mas aplicar a decisão com velocidade; afinal ela determina a sua idade. (veloz + idade).

Conheço muitas pessoas com 60 anos que superam outras de 40. A diferença está exclusivamente na forma de pensar e de ver a vida. Muitas, com quarenta anos, fazem planos de aposentadoria e muitas de 60 começam novos projetos onde suas presenças são necessárias diariamente em forma de estratégia e trabalho.
Enfim, cabe a nós escolhermos o que queremos ser e como pretendemos conduzir a nossa vida... Ser o motorista ou o passageiro. Ser o Piloto ou fazer parte da tripulação. Ser o comandante ou simplesmente um marinheiro...
Escolha corretamente o seu TRIO e faça excelentes colheitas.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A pedra que falta

Um dos grandes monumentos da cidade de Kyoto é um jardim zen, uma superfície de areia com 15 rochas.

O jardim original tinha 16 rochas. Conta a lenda que, assim que o jardineiro terminou sua obra, chamou o imperador para contemplá-la.

“Magnífico”, disse o imperador. “É o mais lindo do Japão. E esta é a mais bela rocha do jardim”.

Imediatamente o jardineiro tirou do jardim a pedra que o imperador tanto apreciara, e jogou-a fora.

“Agora o jardim está perfeito”, disse para o imperador. “Não existe nada que se sobressaia, e ele pode ser visto em toda a sua harmonia. Um jardim, como a vida, precisa ser visto na sua totalidade. Se nos detivermos na beleza de um detalhe, todo o resto parecerá feio”.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Os visitantes indesejáveis

- Não temos portões em nosso mosteiro – Shantih comentou com o visitante.

- E como fazem com os ladrões?

- Não há nada de valioso aqui dentro. Se houvesse, já teríamos dado a quem precisa.

- E as pessoas inoportunas, que vem perturbar a paz de vocês?

- Nós as ignoramos, e elas vão embora – disse Shantih.

- Só isto? E isto dá resultado?

Shantih não respondeu. O visitante insistiu algumas vezes. Vendo que não obtinha resposta, resolveu partir.

“Viu como funciona?” disse Shantih para si mesmo, sorrindo.